Em declarações polêmicas, o ex-presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, sugeriu a realocação de mais de um milhão de palestinos da Faixa de Gaza para países vizinhos, como Jordânia e Egito. A proposta, feita em meio a discussões sobre a crise humanitária na região, gerou fortes reações contrárias de líderes árabes e críticos internacionais.
Trump afirmou ter conversado com o rei Abdullah II da Jordânia sobre a possibilidade de acolher mais refugiados palestinos. Ele classificou a situação em Gaza como um “verdadeiro desastre”. Segundo Trump, ele também planejava discutir o tema com o presidente egípcio Abdel Fattah el-Sisi, ressaltando que o objetivo seria “oferecer aos palestinos um novo local para viver em paz”.
Por outro lado, líderes regionais deixaram claro que a proposta cruza “linhas vermelhas”. A Jordânia, que já abriga mais de 2,39 milhões de refugiados palestinos registrados, rejeitou a ideia de receber novos deslocados. O presidente Abdel al-Sisi também criticou a possibilidade. Sisi alertou que deslocar palestinos para o Egito seria parte de um plano maior para esvaziar Gaza e inviabilizar a criação de um Estado palestino.
Donald Trump sugere que seu plano para a Faixa de Gaza é “limpar tudo” gerando polêmica no Mundo inteiro, em Israel apoiam a idéia
Sendo assim, a proposta de Trump, que inclui construir moradias temporárias ou permanentes fora de Gaza, foi vista como uma ruptura com décadas de política externa dos EUA. Os EUA tradicionalmente apoiam a solução de dois Estados para o conflito israelo-palestino. Essa abordagem também levantou preocupações de que Israel estaria pressionando para remover palestinos da região. Mas o governo de Israel nega que esteja planejando isso.
O conflito entre Israel e Hamas, que já dura 15 meses, deixou Gaza em ruínas, com cerca de 92% das moradias destruídas e milhões de pessoas deslocadas. Isso segundo dados da ONU, o que é questionável, pois esta costuma favorecer os terroristas do Hamas. Por outro lado, Trump, com sua experiência como ex-empreendedor imobiliário, afirmou que a região tem “um potencial incrível” por sua localização à beira-mar. Donald Trump enfatizou que algo “fora do comum” seria necessário para trazer paz e estabilidade.
A proposta de Trump recebeu apoio de membros da coalizão de extrema-direita de Israel, entre eles, o ministro das Finanças Bezalel Smotrich. Smotrich a classificou como uma “ideia inovadora”. No entanto, líderes árabes e analistas alertam que deslocar palestinos perpetuaria o sofrimento e agravaria as tensões na região.
Portanto, com as negociações de paz paralisadas e a devastação humanitária em Gaza se agravando, as declarações de Trump reacenderam debates sobre o futuro da região. E a busca por uma solução viável que respeite os direitos do povo palestino e a segurança de Israel.