Nesta segunda-feira, o ministro da Defesa de Israel, Israel Katz, anunciou que as Forças de Defesa de Israel (IDF) conduzem uma ofensiva de intensidade inédita contra alvos ligados ao regime dos aiatolás no Irã, incluindo órgãos governamentais e instalações de segurança localizadas no centro da capital, Teerã.
Entre os pontos atingidos, está a famosa prisão de Evin — conhecida por abrigar presos políticos e opositores ao regime. Pouco depois, o porta-voz das IDF, Brigadeiro-General Efi Defferin, confirmou que as operações continuam ativamente, com o objetivo de neutralizar a capacidade iraniana de lançar e fabricar mísseis. “Neste exato momento, aviões da Força Aérea continuam a ampliar os danos na região de Teerã, com foco especial na sede da Guarda Revolucionária”, declarou.
De acordo com os militares israelenses, em um intervalo de apenas duas horas foram lançadas mais de 100 munições sobre diversos alvos estratégicos em Teerã. Katz acrescentou que acompanhou a operação ao lado do Chefe do Estado-Maior no posto de comando e assegurou que imagens dos danos serão divulgadas em breve. Em tom de advertência, o ministro afirmou: “Cada ataque à frente interna israelense será respondido com força total. Prosseguiremos até que todos os objetivos militares sejam atingidos.”
Na sequência, o ministro das Relações Exteriores, Gideon Sa’ar, confirmou o ataque à entrada da prisão de Evin. Pelas redes sociais, Sa’ar responsabilizou o regime iraniano pela escalada e mencionou diretamente o presidente argentino Javier Milley, escrevendo em espanhol: “Viva la libertad, al infierno!”
O gabinete de Katz também divulgou que, além da prisão, outros pontos de importância foram atacados, como o quartel-general da milícia Basij em Teerã, subordinada à Guarda Revolucionária e encarregada de aplicar a rígida legislação islâmica no país. Outras instalações atingidas incluem o relógio “Destruição de Israel”, localizado na Praça Palestina; o quartel-general da Segurança Interna; e a sede do setor ideológico do regime. Segundo informações locais, a Universidade Shahid Beheshti — cujo diretor do departamento de engenharia nuclear foi morto no início do conflito — também teria sido alvo, embora o governo iraniano negue o ataque ao campus e ao relógio, admitindo, no entanto, danos na prisão de Evin.
Fontes israelenses relataram que dezenas a centenas de membros da Guarda Revolucionária podem ter sido mortos na série de ataques. “O objetivo é claro: maximizar as perdas do regime e sinalizar que, se as agressões não cessarem, o preço será ainda mais elevado nos próximos dias”, destacou uma autoridade militar.
Um ponto simbólico da operação foi justamente a Prisão de Evin, cujo portão foi destruído para, segundo as IDF, incentivar a fuga de dissidentes. “Todas as portas da prisão foram derrubadas para possibilitar a saída dos presos políticos”, informou uma fonte militar. Outras sete bases militares e administrativas de Teerã também foram bombardeadas.
Outro alvo importante foi a instalação nuclear de Fordow, atacada um dia após bombardeios americanos. O objetivo, segundo Israel, foi bloquear os acessos ao complexo e impedir a retirada de urânio enriquecido. Um comboio que tentava se aproximar do local foi neutralizado.
O comentarista israelense Ron Ben-Yishai explicou que as forças israelenses miraram especificamente as estradas de acesso à instalação de Fordow, diante da suspeita de que o regime iraniano tentava remover materiais sensíveis.
Os ataques, de acordo com as IDF, foram cuidadosamente planejados pela Diretoria de Inteligência israelense e focaram unidades estratégicas das Forças de Segurança Interna e da Guarda Revolucionária, responsáveis por proteger o regime, reprimir opositores e garantir a continuidade da teocracia xiita.
A prisão de Evin, um dos principais símbolos da repressão política no Irã, foi construída em 1971, durante o reinado do Xá Mohammad Reza Pahlavi. Após a Revolução Islâmica de 1979, continuou sendo utilizada para encarcerar opositores e prisioneiros ligados ao Ocidente, sob controle efetivo da Guarda Revolucionária e do Líder Supremo Ali Khamenei. Por esse histórico, Evin figura na lista de sanções internacionais impostas pelos Estados Unidos e pela União Europeia.
Apesar da ofensiva ter sido criticada por alguns setores internacionais — como no caso de uma familiar de um prisioneiro francês detido em Evin, que qualificou o ataque de “irresponsável” —, fontes israelenses afirmam que as operações visam minar decisivamente as capacidades militares e de repressão do regime.
Fonte: YnetNews, IsraelHayom, Porta-voz da IDF