Um lei um tanto questionável e preocupante foi aprovada hoje. A partir de agora, o monitoramento com reconhecimento facial será considerado legal em Israel. No combate ao crime pode ser algo positivo, mas também pode se tornar uma poderosa ferramenta nas mãos de uma ditadura.
A Comissão Ministerial de Legislação aprovou hoje (segunda-feira), com reservas, a lei de alteração do despacho policial, que vai permitir a utilização de sistemas de fotografia biométrica no espaço público. A lei, apelidada de “Lei do Big Brother”, foi criticada pela sua possível violação dos direitos individuais. Seu objetivo declarado é ser mais uma ferramenta utilizada pela polícia em benefício do combate ao crime por meio de sistemas de reconhecimento facial em tempo real.
A proposta foi aprovada por unanimidade sujeita a estipulações, entre elas: as câmeras serão colocadas com a finalidade de prevenir ou frustrar um crime grave ou localizar uma pessoa desaparecida e uma pessoa cuja segurança é temida; As câmeras serão utilizadas para fazer cumprir a proibição de entrada em locais públicos; E não será colocada câmera em eventos de liberdade de expressão (manifestações, conferências). Além disso, os Ministros Levin e Ben Gvir propuseram uma versão suavizada da lei, segundo a qual o uso ilegal de fotografias levaria a 3 anos de prisão.
Fotografia biométrica no espaço público? possivelmente em breve (ilustração)
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Fotografia biométrica no espaço público? Talvez em breve (ilustração), foto: GettyImages
Pela proposta, o sistema de segurança terá acesso às informações que aparecerão nas câmeras, podendo utilizá-las sem ordem judicial. A proposta pretendia, de facto, ajudar na luta contra a criminalidade – mas atraiu críticas no passado devido ao receio de prejudicar a privacidade e à possibilidade de a polícia utilizar os dados para estabelecer uma base de dados biométrica.
Quem justificou a promulgação da lei no comitê foi o Comissário de Polícia Kobi Shabtai, que afirmou que “é uma ferramenta que salva vidas, sem a qual a Polícia de Israel não seria capaz de lidar com o terrorismo criminoso, incidentes de assassinato e tentativas de assassinato em o setor árabe. A proposta é uma ferramenta importante que a polícia vem tentando promover há vários anos para frustrar e prevenir crimes graves e danos à alma. A proposta é o resultado de um equilíbrio entre a necessidade de preservar a vida humana e a importância de proteger os direitos individuais.’
O comissário afirmou ainda nas suas palavras na reunião: “A utilização da ferramenta apenas estará sujeita a mecanismos de fiscalização e controlo que garantam a utilização para os fins previstos na lei e sob as limitações e impondo sanções nos casos em que o sistema é mal utilizado.” O sistema é outra ferramenta que irá reforçar a capacidade da polícia para combater a criminalidade grave.’