Amanhã deverá se iniciar o mês de Ramadan ou Ramadã. Este mês deveria ser o mês mais belo dentro da cultura árabe, pois é nele em que os praticantes do islamismo deveriam jejuar e fazer boas ações. Isso pode até ocorrer em outros países islâmicos, mas no Estado de Israel, os inimigos do Povo de Israel, acabaram por utilizar isto como ferramenta contra o sistema judaico. Entenda, não foram poucos os atos de violência que ocorreram neste mês islâmico, é importante ressaltar que em relação ao calendário gregoriano, nunca cai no mesmo período do ano. Pois o calendário islâmico é composto de meses fixos de 30 dias, sem correção. Neste artigo viso abordar os fatos sobre o que ocorre em termos de segurança, mas é importante salientar, que os atos de violência raramente são destinados contra turistas, então, se você estiver viajando para lá, tranquilize-se. Além disso, os guias sempre estão muito bem informados a respeito da situação e deixar os grupos e turistas bastante seguros em suas viagens. Portanto, este artigo visa trazer uma compreensão melhor do que ocorre se você acompanha as notícias de fora do país.
Ramadan e a Violência Palestina contra Judeus e Israelenses
O mês do Ramadan é um dos mais importantes do calendário islâmico. Durante esse período, os muçulmanos praticam o jejum diário desde o amanhecer até o pôr do sol, além de aumentarem suas orações, leituras do Alcorão e atos de caridade. O Ramadan é considerado um tempo de reflexão, purificação e maior conexão com Deus. No entanto, paradoxalmente, em Israel, esse período tem sido marcado por um aumento significativo na violência, especialmente por parte de grupos extremistas palestinos.
O Significado do Ramadan para os Muçulmanos
O Ramadan é o nono mês do calendário islâmico e seu início e término são definidos pela observação da lua crescente. O jejum é um dos Cinco Pilares do Islã e tem como objetivo desenvolver a autodisciplina, a empatia pelos menos afortunados e a purificação espiritual. Durante a noite, os muçulmanos realizam orações especiais conhecidas como “Tarawih” e, ao final do mês, celebram o Eid al-Fitr, uma festividade de confraternização.
Apesar de que deveria ser um tempo de paz e piedade para muitos muçulmanos, nos territórios palestinos e em Israel, grupos extremistas frequentemente usam esse período para intensificar ataques contra israelenses, alegando justificativas religiosas e nacionalistas.
Aumento da Violência durante o Ramadan
Historicamente, o mês do Ramadan tem sido um período de tensão em Israel e nos territórios palestinos. Isso ocorre por vários motivos:
- Incitação religiosa e política: Líderes extremistas utilizam pregações em mesquitas e redes sociais para incitar ataques contra judeus e israelenses.
- Aumento das aglomerações em Jerusalém: Centenas de milhares de fiéis muçulmanos visitam a Esplanada das Mesquitas (Monte do Templo) para orações noturnas, o que muitas vezes leva a confrontos com as forças de segurança israelenses.
- Radicalização de jovens palestinos: O sentimento de fervor religioso combinado com a narrativa de “resistência” leva jovens a se envolverem em atos violentos.
- Pressão de grupos terroristas: Organizações como Hamas, Jihad Islâmica, Brigadas dos Mártires de Al-Aqsa e Hezbollah frequentemente convocam ataques para “defender” locais islâmicos e fortalecer sua influência.
Alguns dos Atentados Durante o Ramadan
Abaixo está uma lista cronológica de atentados realizados durante o Ramadan desde a década de 1990 até os dias atuais:
- 1994: Massacre no cruzamento de Beit Lid – Dois suicidas do Jihad Islâmico explodem-se em uma parada de ônibus, matando 22 soldados israelenses.
- 1996: Ataque a ônibus em Jerusalém – Hamas comete dois atentados suicidas em ônibus, matando 45 civis israelenses.
- 2002: Massacre do Hotel Park – Durante a noite do Seder de Pessach (que coincidiu com o Ramadan), um terrorista suicida do Hamas mata 30 pessoas e fere 140.
- 2004: Explosão de ônibus em Beersheba – Hamas realiza dois atentados suicidas simultâneos, matando 16 civis.
- 2016: Atentado em Tel Aviv – Dois terroristas palestinos armados atacam um shopping, matando 4 pessoas e ferindo 16.
- 2021: Escalada de lançamento de foguetes – Hamas lança mais de 4.000 foguetes contra cidades israelenses durante o Ramadan, levando a um conflito armado com o Exército de Israel.
- 2022: Ataques a tiros em Bnei Brak e Hadera – Militantes do ISIS matam 11 pessoas em atentados separados.
- 2023: Atentado em Tel Aviv – Um ataque a tiros deixa vários feridos, seguido por confrontos em Jerusalém.
Medidas Preventivas por parte das Forças de Segurança de Israel
Para conter o aumento da violência durante o Ramadan, Israel adota diversas medidas de segurança:
- Aumento do policiamento e patrulhas: Presença reforçada da polícia e do Exército em pontos sensíveis como a Cidade Velha de Jerusalém e as entradas para a Esplanada das Mesquitas.
- Monitoramento de redes sociais: Identificação de ameaças e incitações online, prevenindo ataques antes que ocorram.
- Restrições de entrada: Algumas vezes, é restringida a entrada de palestinos da Cisjordânia em Jerusalém, especialmente de jovens do sexo masculino.
- Operações antiterrorismo: Prisão de suspeitos e desmantelamento de células terroristas antes e durante o Ramadan.
- Negociações diplomáticas: Contatos com autoridades palestinas e outros países para reduzir tensões.
Conclusão
O mês de Ramadan é de grande significado espiritual para os muçulmanos, mas infelizmente, em Israel, também se tornou um período de aumento da violência. A história mostra que grupos extremistas aproveitam esse momento para incitar ataques e criar instabilidade. Israel, por sua vez, adota medidas preventivas para minimizar os riscos e proteger sua população. Turistas que visitam o país durante essa época devem estar atentos às orientações de segurança para garantir uma experiência segura. Os ataques não são destinados contra turistas, mas sim contra judeus de fácil identificação, principalmente os ultra-ortodoxos. Mesmo com o terrorismo, Israel é um país onde a segurança pessoal é muito grande. O índice de homicídios no país é 14 X menos que nos Estados Unidos e 18 X menos que no Brasil. Então, se está a caminho da Terra Santa, arrume as malas, boa viagem, e aproveite cada momento.
Desde Sião, Miguel Nicolaevsky