Ontem pela manhã, Israel ficou em estado de alerta por causa da sirene indicando um ataque dos Houthis contra a região central. O míssil atingiu uma área vazia no Aeroporo Internacional Ben Gurion, próximo a Tel Aviv. Durante a noite, o Gabinete de Segurança de Israel aprovou unanimemente que o país irá responder aos dois meses de agressões dos Houthis que culminaram ontem com ameaça de bloqueio aéreo ao país.
Um alto funcionário do sul do Iêmen afirmou ao Israel Hayom, em resposta às ameaças recentes dos Houthis contra o Aeroporto Ben Gurion, que “este grupo só compreende a linguagem da morte”. Segundo ele, não há outra alternativa senão o uso de força decisiva, com apoio efetivo às forças armadas do sul do país e ao exército nacional iemenita, enquanto os ataques aéreos conduzidos pelos Estados Unidos continuam.
Os Houthis são uma ameaça constante, mas não somente para Israel
Na noite de domingo, o porta-voz militar dos Houthis, Yahya Sarie, ameaçou impor um bloqueio aéreo total a Israel, com ataques direcionados a seus aeroportos, especialmente o Ben Gurion. Sarie chegou a aconselhar as companhias aéreas estrangeiras a suspenderem voos de e para o território israelense. A declaração veio poucas horas após um míssil balístico disparado pelos Houthis atingir uma área desabitada, sem causar vítimas.
Durante a madrugada, os Estados Unidos responderam com uma série de bombardeios, atingindo dezenas de alvos estratégicos no Iêmen, entre eles depósitos de armamentos, esconderijos e postos avançados da milícia Houthi. As operações ocorreram em diversas províncias, incluindo Sana’a, Saada, Abar e Al-Hodeidah. O porto de combustível de Ras Issa, importante ponto logístico para os rebeldes, também foi alvo de ataques.

Em meio à escalada, o analista sênior e consultor estratégico dos Emirados Árabes Unidos, Amjad Taha, destacou que os objetivos militares americanos poderiam ser mais bem alcançados com a cooperação das forças do sul do Iêmen. Em entrevista ao Israel Hayom, Taha também alertou para outra ameaça emergente: o possível envio de armamentos pelos Houthis para o Sudão, que poderia se tornar uma nova base de lançamento de drones contra Israel a partir da costa sudanesa. Segundo ele, os Houthis estariam tentando articular alianças regionais que colocariam ambas as margens do Mar Vermelho sob controle de facções terroristas.