Muçulmana decidiu mudar para cidade judaica para evitar hostilização dos filhos especiais
O artigo conta a história de Nasrin Abu Ghanem, uma mãe árabe-muçulmana e israelense que decidiu se mudar com sua família para a cidade judaica de Beer Yaakov, buscando um ambiente mais acolhedor para seus filhos que sofrem da síndrome de Bardet-Biedl, uma rara doença genética. Em sua antiga comunidade árabe, a deficiência era vista com preconceito e falta de compreensão, o que levou a família a buscar um novo lar.
A Síndrome de Bardet-Biedl é uma doença genética rara de herança autossômica recessiva, caracterizada por grande diversidade de manifestações clínicas e genéticas. Entre seus principais sinais estão a retinopatia pigmentar, obesidade, polidactilia, dificuldades de aprendizado, variados graus de deficiência intelectual, alterações renais e hipogonadismo. Este estudo tem como propósito relatar dois casos da síndrome em pacientes atendidos no Instituto Benjamin Constant, além de realizar uma revisão da literatura sobre o tema. A metodologia incluiu análise de prontuários e pesquisa em bases de dados como PubMed, SciELO, MEDLINE e LILACS. Embora atualmente não exista um tratamento específico para a síndrome, o diagnóstico precoce é essencial para orientar o acompanhamento da criança, incluindo monitoramento regular da pressão arterial e do peso, exames de imagem dos rins, avaliações oftalmológicas e suporte psicológico.
A transição para Beer Yaakov não foi fácil. No início, os vizinhos foram hostis e seus filhos enfrentaram olhares desconfiados na escola. No entanto, Nasrin não desistiu e, além de lutar pelos direitos médicos e educacionais de seus filhos, também se tornou uma ativista do convívio entre árabes e judeus.
Determinada a entender e enfrentar as burocracias que dificultavam o acesso aos tratamentos adequados para seus filhos, ela decidiu estudar Direito. Seu objetivo era não apenas defender os direitos da própria família, mas também ajudar outras famílias que enfrentam desafios semelhantes.
Além da batalha por tratamentos médicos, Nasrin também enfrentou discriminação e resistência social. Mesmo assim, optou por abrir sua casa para vizinhos judeus e promover a integração, mostrando que árabes e judeus podem conviver em harmonia. Sua história é um exemplo de perseverança, amor maternal e luta por igualdade de oportunidades para crianças com necessidades especiais.