O jornal libanês “Al-Akhbar” noticiou esta manhã (quinta-feira) que o Egito aguarda uma resposta do governo israelense sobre uma proposta de acordo de cessar fogo temporária na Faixa de Gaza.
Fontes disseram ao jornal próximo ao Hezbollah que o Egito alertou em conversas com altos funcionários israelenses que rejeitar a oferta significaria entrar em um “túnel escuro sem esperança de salvar vivos os sequestrados”. De acordo com o relatório, as autoridades egípcias informaram os seus homólogos israelitas de que a organização terrorista Hamas aparentemente manifestou flexibilidade nas discussões no Cairo com o chefe da inteligência egípcia sobre a proposta.
Segundo o relato árabe, a resposta israelense deverá vir com a delegação de segurança de Israel que visitará o Cairo, muito provavelmente nos próximos dias. No entanto, constatou-se que a visita foi adiada devido a algumas questões controversas.
As fontes egípcias falaram sobre a possibilidade de Hamas devolver o maior número de reféns, entre outras coisas em troca do aumento da trégua na Faixa de Gaza. Também foi discutido que o Egito seria uma garantia para o comprometimento das organizações terroristas no acordo.
Também foi relatado que autoridades do Catar, da Turquia e dos Estados Unidos mantiveram discussões sobre pontos relacionados ao processo de libertação dos sequestrados e às prioridades segundo as quais os nomes dos libertados seriam determinados. Finalmente, as autoridades egípcias acreditaram que sim, é possível aproveitar as promessas dos Estados Unidos feitas por altos funcionários na futura administração do presidente eleito Donald Trump.
Uma fonte familiarizada com os detalhes disse à agência de notícias Reuters que Witkoff se reuniu com o primeiro-ministro Benjamin Netanyahu e o primeiro-ministro do Qatar, Muhammad al-Thani, numa tentativa de pressionar por um acordo de cessar-fogo em Gaza antes da posse de Trump como presidente. Segundo a fonte, o Qatar está a regressar ao seu papel de mediador nas negociações para um acordo entre Israel e o Hamas, prevendo-se que uma delegação da organização terrorista parta para Doha para continuar as conversações.
Ontem, a mídia árabe divulgou esta semana vários detalhes do plano que está sendo formado no Egito para uma proposta de acordo de reféns. Entre outras coisas, foi relatado que as partes estão a tentar replicar o modelo libanês para Gaza. Ou seja, o objetivo é propor um cessar-fogo prolongado de quase dois meses. Alega-se ainda que a proposta emergente inclui uma redistribuição das Forças de Defesa de Israel dentro da Faixa, e não uma retirada imediata e completa dela.
Outra parte diz respeito ao controlo da passagem de Rafah. As autoridades egípcias têm pressionado o Hamas e o Fatah nos últimos dias para que cheguem a acordos – tanto sobre um comité para a gestão da Faixa de Gaza, como sobre a gestão da passagem de Rafah. De acordo com o esboço proposto, a Autoridade Palestina deverá receber o controle da passagem no sul da Faixa de Gaza, que será reativada após mais de um ano de paralisação.