Um novo relatório publicado pela Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) critica a política do governo que aumenta os orçamentos para instituições de ensino ultraortodoxas – uma política que, segundo a organização – não apoia a integração desta população no mercado de trabalho.
O relatório, sob o nome OCDE rumo ao crescimento e publicado hoje (terça-feira), reúne novas recomendações políticas destinadas a incentivar o crescimento em cada um dos países da organização, incluindo Israel.
Os autores do relatório também escreveram que “certos grupos, especialmente os ultraortodoxos e os árabes, estão sub-representados no próspero sector da alta tecnologia e são caracterizados por baixas taxas de emprego, horários de trabalho e salários”. Neste contexto, mencionaremos os acréscimos orçamentais ao sector ultra-ortodoxo que são aprovados todas as semanas pela comissão de finanças, sendo que uma parte significativa destes montantes vai para apoiar as instituições educacionais ultra-ortodoxas onde os estudos básicos não são ensinados, portanto dificultando a integração futura de quem estuda neles no mercado de trabalho.
“A proporção de trabalhadores pobres é elevada”, escrevem os economistas da OCDE e recomendam que os subsídios governamentais para os estudantes da yeshiva sejam cancelados e que os subsídios às creches sejam condicionados à ida dos pais para o trabalho, ou seja, que os subsídios às creches sejam concedidos apenas quando os pais estão trabalhando.
A OCDE recomenda ainda aumentar o investimento do Estado nos orçamentos da educação e dos cuidados infantis no sector árabe, com o objectivo de compará-los com os orçamentos de escolas com um perfil socioeconômico semelhante no sector geral.
Neste contexto, recordemos que nos últimos meses, o Ministro das Finanças, Bezalel Smotrich, atrasou as transferências de dinheiro destinadas ao sector árabe. Fundos destinados, entre outras coisas, ao desenvolvimento e à educação nas comunidades árabes, com o objectivo de evitar a fuga de fundos para o terrorismo e organizações criminosas.
Os economistas da organização recomendam que o governo devolva regularmente os subsídios negativos do imposto sobre o rendimento concedidos às famílias com dois pais trabalhadores, a fim de incentivar a saída para o trabalho.
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