Tel Tzuba e Sataf, Ruínas e Reserva Natural

Tel Tzuba, desde a cidade bíblia até os dias de hoje

Tel Tzuba, uma majestosa colina arqueológica, desvenda os mistérios do passado, sendo identificada como o refúgio de Yigal Ben Natan, um dos heróis proeminentes nos relatos de Davi em II Samuel, capítulo 23. Este sítio histórico, palco de descobertas arqueológicas fascinantes, narra uma rica saga que se desenrolou ao longo de 1600 anos, desde os primeiros dias do Templo até o esplendor da era Bizantina. Em cada camada do solo, Tel Tzuba preserva as marcas das diferentes civilizações que deixaram sua marca indelével nessa encruzilhada temporal.

A localização estratégica de Tel Tzuba, a 770 metros acima do nível do mar, oferece uma vista panorâmica do tráfego entre as terras baixas e Jerusalém. Além disso, a fertilidade da região, abastecida por um cluster de nascentes, torna o local vantajoso em diversos aspectos.

A narrativa bíblica nos transporta para os tumultuosos tempos de Davi, fugindo da perseguição de Saul. Tel Tzuba, possivelmente um refúgio para Davi e seu grupo de seguidores, ganha relevância ao ser mencionado na lista de heróis de Davi em II Samuel 23, com destaque para Yigal Ben-Natan.

Na era dos Cruzados, entre 1140 e 1160 d.C., ergue-se a imponente fortaleza Belmont sobre os vestígios do assentamento bizantino. Contudo, a história da fortaleza é breve, culminando na sua destruição após a derrota dos Cruzados na Batalha de Karnei Hittin em 1187.

A paisagem de Tel Tzuba é um mosaico de diferentes épocas: as paredes octogonais dos Cruzados, os restos de armazéns, túneis de fuga, igrejas e cisternas contam histórias de períodos diversos. A transição para a era mameluca e, posteriormente, para o domínio otomano, transforma a fortaleza em uma vila árabe.

Durante o Mandato Britânico, uma pequena fortaleza guarda a estrada para Jerusalém, marcando uma nova fase na história de Tel Tzuba.

A pergunta intrigante sobre a população antiga ecoa: quantos residentes povoavam essas terras nos tempos bíblicos? Com uma área de 4 dunams, equivalente a 1 acre, a cidade era aparentemente modesta, mas crucial para a região. Comparativamente, a Cidade de Davi durante o reinado de Davi tinha pouco mais de 40 dunams (10 acres), ou seja, apenas 10 vezes maior.

Explorar a subsistência em 1000 a.C., na época de Yigal Ben Natan, nos leva às sete espécies mencionadas no Livro de Deuteronômio, capítulo 8. “Terra de trigo e cevada, de vides e figueiras, de romãzeiras, azeite de oliveira e mel” revela a riqueza agrícola da Terra de Israel. Registros otomanos confirmam o cultivo de trigo, cevada, uvas e azeitonas, sustentando a vida na aldeia de Tel Tzuba.

Tel Tzuba, com suas camadas de história, é mais do que um monte arqueológico; é um testemunho vivo de civilizações que moldaram a região ao longo dos séculos.

Reserva de Sataf

Nas encostas sinuosas da Judeia, a Reserva Sataf emerge como um testemunho vivo de uma relação duradoura entre a natureza e a história. Este refúgio encantador é um pedaço de terra que abraça uma narrativa rica, mesclando os vestígios da antiga agricultura com a exuberância da paisagem.

A Reserva Sataf, aninhada a uma altitude de aproximadamente 700 metros acima do nível do mar, oferece uma vista deslumbrante das colinas circundantes e dos vales abaixo. Estrategicamente posicionada, esta área revela os segredos de uma sociedade que moldou seu entorno para prosperar. As escavações arqueológicas descobriram terraços agrícolas, aquedutos e sistemas de irrigação, indicando uma ocupação que remonta aos períodos do Primeiro Templo.

O cenário, por si só, conta a história de uma comunidade antiga que dominou as artes da agricultura em uma paisagem desafiadora. A presença de oliveiras e vinhas destaca-se, lembrando-nos das sete espécies abençoadas mencionadas nas escrituras.

Durante a era bizantina, a Reserva Sataf manteve sua vitalidade, revelando uma continuidade impressionante na ocupação humana. A coexistência entre as construções humanas e a topografia natural é evidente nos terraços cuidadosamente esculpidos nas encostas, um testemunho da engenhosidade daqueles que cultivaram a terra há séculos.

Na Idade Média, a Reserva Sataf viu sua história entrelaçar-se com os períodos cruzado e mameluco, cada um deixando sua marca distintiva. As ruínas de estruturas medievais ecoam os tempos tumultuosos e as mudanças de domínio na região.

Ao adentrar a Reserva Sataf hoje, os visitantes podem apreciar não apenas a beleza natural exuberante, mas também reconectar-se com as tradições agrícolas antigas. Os trilhos pitorescos e as trilhas para caminhadas proporcionam uma jornada pelos séculos, enquanto as oliveiras centenárias parecem guardar segredos do passado.

A Reserva Sataf, com sua combinação única de beleza natural e patrimônio histórico, não é apenas um local de preservação, mas uma cápsula do tempo que nos transporta através das eras. Este refúgio pitoresco é um convite para explorar e apreciar a harmonia atemporal entre a humanidade e a terra.

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